
Hoje podemos ver que muitas são as mulheres que praticam o aborto seja ele induzido ou não, segundo ministério da saúde é crime em vários casos, já outras pessoas acham que em nenhum caso pode ser considerado crime.
Em pesquisas atuais do Ministério da Saúde, 1.054.242 abortos foram induzidos só em 2008. O Sistema Único de Saúde atende cerca de 230 mil mulheres por ano para tratar de complicações decorrentes de procedimentos inseguros, nem todos os casos chegam aos hospitais, a maioria atinge adolescentes entre 17 a 19 anos, que geralmente optam por métodos caseiros, como o uso de chás de ervas ou ate remédios vendidos ilegalmente nas farmácias.
“Quando engravidei eu era muito nova, tinha apenas 16 anos,então fiquei com medo,o pai da minha filha não queria assumir por já ser casado,” Disse Maria Caroline. Para abortar, ela utilizou quatro comprimidos de Cytotec, por via oral e introduzidos na vagina e uma injeção para dilatar o útero. “O sistema abortivo que usei trouxe grandes complicações a minha saúde me arrependo muito em ter feito,” diz Maria Caroline 20 anos.
O aborto é considerado crime no Brasil de acordo com o Código Penal de 1940 e só não é punível em dois casos: estupro e quando a gravidez coloca em risco a vida da mulher; Mesmo sendo ilegais muitas mulheres ainda decidem interromper a gravidez.
“Fiz três abortos, na época não tinha maturidade e nem condições financeiras. Hoje abomino esse ato, mas aceito em algumas circunstâncias, como no caso daquela menina que foi estuprada,” comentou Leda Araujo 36 anos.
Já outras mães mostram casos diferentes; Carla Souza mãe de três filhos tentou abortar o terceiro filho, usando o chá de buchinha “quando tive o primeiro filho tinha apenas 14 anos, mesmo sabendo que não seria fácil não interrompi minha gravidez, mas quando cheguei aos meus 19 anos engravidei novamente, aos meus 21 anos engravidei do terceiro filho e como estava passando por muita dificuldade decide abortar, busquei o método caseiro chá de buchinha, que é uma planta abortiva tomei, e passei muito mal, achei ate que ia morrer, fiquei internada, mesmo assim não aconteceu o aborto ,” Fala Carla Souza 24 anos.
O aborto pode trazer grandes seqüelas na vida de uma mulher como aconteceu com Luana Gonçalves. “Quando pratiquei o aborto pensei que não ira me deixar nenhuma seqüela, hoje aos meus 25 anos, casada, sonho em ser mãe já fiz vários tratamentos, mas infelizmente não posso engravidar devido a uma infecção no útero causado pelo aborto que cometi,” Disse Luana Gonçalves.
Outro ponto muito importante nessa questão é a religião. Pesquisa realizada pelo Ministério de Saúde constatou que entre 44,9% e 91,6% das mulheres que abortaram declaram-se católicas, 4,5% e 19,2% declaram-se espíritas, e entre 2,6 % e 12,2% declaram-se protestantes.
Vejamos a opinião de cada uma dessas religiões;
CNBB
Levando em consideração o feto como um ser humano, apesar de que esteja em formação, a sua morte provocada vem a se constituir em um voluntario e direto ato de que tirar a vida de um ser humano inocente, ato ilícito perante a lei natural de Deus. Nada poderá justificar esse ato de tirar diretamente a vida do inocente, nenhuma razão ou pretexto, por, mas bem intencionadas que seja como proteger a vida do outro, salvar a honra de alguém ou diminuir a pobreza da família, princípio de moral nunca se pode fazer diretamente o mal para se obter o bem, assim não somente a igreja como o estado tem por bem maior a vida humana; com isso a igreja adota a excomunhão pena dada a pecados graves, o pecado grave do aborto e o prejuízo irreparável ou inocente sendo assim a igreja tomam sua posição contra esse fato, tomando em prioridade a defesa um inocente, que não tem voz ativa e nem meios para se defender.
(Dom Fernando Áreas)
Igreja Protestante
Nós confessamos que o aborto é pecado, portanto o direito de tirar a vida de alguém é propriedade exclusiva de DEUS, ou conforme o caso, das autoridades legalmente instituídas. Admite-se o somente nos casos em que a gravidez e o parto representem perigo de morte para a mãe. Nesses casos em vez de morrerem mãe e filho, é preferível deixar que a mãe viva ainda mais quando tem outros filhos pequenos que dependem dela. Não admitimos abortos praticados por não se querer filhos ou por motivos de vaidade ou motivos semelhantes. Com tantos processos preventivos, não se justifica que um casal deixe que gravidez aconteça. E se acontecer, pague-se o preço deixando que venha ao mundo a criança que foi gerada. É uma vida, sem menor dúvida, é uma vida. Se não fosse uma vida não cresceria no ventre materno.
(Pastor Paulo Kerte Jung)
Comunhão Espírita
Os espíritas são contra o aborto que se dá pela interrupção proposital da gravidez, por
constituir um crime perante as leis de Deus. Isto porque, ao provocar a morte do feto em
formação no útero materno, o aborto impede o espírito reencarnaste de renascer neste mundo,
impossibilitando-o de passar pelas provas e expiações necessárias ao seu progresso espiritual.
É oportuno lembrar que, desde a concepção, o espírito une-se ao embrião do futuro
corpo por um laço fluídico, extensão do seu perispírito. Esse laço vai-se apertando até o
instante em que a criança vê a luz, conforme esclarecimentos dos benfeitores espirituais.
“Defendemos a legalização do aborto, pois é uma questão de saúde publica, de justiça social, de eqüidade de gênero e de direitos e cidadania. Mulheres que utilizam meios inseguros que ameaçam sua saúde e vida. Freqüentemente, quando chegam aos serviços públicos de saúde abortando, essas mulheres sofrem humilhações, maus tratos, denuncias e abusos. Por medo, muitas mulheres evitam buscar assistência.
O aborto não deve ser considerado crime, pois cabe a mulher decidir a sua vida reprodutiva. A sociedade deve reconhecer a competência ética das mulheres para decidir sobre a sexualidade e reprodução sem coerção. Optar pela concepção, maternidade, contracepção ou pelo aborto é uma questão de autonomia e cabe ao Estado oferecer as condições necessárias para seu pleno exercício. O aborto só causa trauma porque é ilegal, porque a mulher não tem segurança e nem sempre a gravidez indesejada decorre do sexo forçado ou “irresponsável”, os métodos contraceptivos podem falhar e provocar efeitos colaterais,” Diz Coordenadora da Comunhão Espírita.